Eleições 2012 em Curitiba e a influência das redes sociais

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Nas eleições 2012, Curitiba foi palco de uma grande surpresa. Ao contrário do que apontavam todas as pesquisas de opinião, Luciano Ducci (PSB), atual prefeito e candidato apoiado pelo governador do estado (Beto Richa, do PSDB), ficou de fora do segundo turno. Por uma margem de apenas 4.402 votos (menos de 0,5% dos votos válidos), o candidato Gustavo Fruet (PDT) roubou a vaga de Ducci na segunda etapa da votação, na qual enfrentará o candidato Ratinho Júnior (PSC), que confirmou as previsões e venceu o primeiro turno das eleições com pouco mais de 34% dos votos válidos.

O que se esperava:

O que aconteceu:

Agora, um dado interessante: a página de Fruet no Facebook tem mais que o dobro de fãs que a do atual prefeito (19.872 contra 6.743), e no Twitter o número de seguidores de ambos é proporcional (11.176 contra 5.552). Ou seja, Fruet mobilizou com mais sucesso o público ativo nas redes sociais. Isso pode ser verificado olhando para os números na rede de Mark Zuckerberg, na qual o candidato engajou muito mais pessoas que Luciano, especialmente na reta final da campanha. Em uma “vitória” com margem tão apertada e que representou uma virada de última hora, é inegável que as redes sociais fizeram a diferença no primeiro turno das eleições.

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A análise da presença de Ratinho Júnior nas redes sociais, candidato “popular” da capital paranaense, também traz algumas informações relevantes sobre a influência das redes nas eleições. No Twitter, rede de microblogging que pode ser considerada mais “elitista”, o herdeiro da Rede Massa conta com 11.700 seguidores, apenas pouco mais que Fruet (se levarmos em consideração que a diferença de votos entre eles foi de mais de 65 mil, a diferença no Twitter se torna ínfima). Já no Facebook, rede na qual pessoas das classes C e D estão em número cada vez maior, o candidato apresenta um esmagador número de fãs (26.308, quase o mesmo valor que a soma dos outros dois candidatos), ainda que com uma média de comentários, likes e compartilhamentos que não supera a página de Fruet (talvez pelo menor nível de instrução dos eleitores de Ratinho). A temática das publicações, o tom de abordagem das mensagens e a identidade visual das redes de Ratinho Júnior também mostraram que seu foco está em um público diferente.

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Analisando as buscas pelos principais candidatos no Google, é fácil perceber que o interesse do internauta por eles e pelas eleições não foi pequeno, o que evidencia o poder da rede mundial de computadores. Poder esse que não deve ser subestimado por quem vislumbra uma posição de destaque no poder executivo, como a de prefeito, ainda mais em uma capital como Curitiba.

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A compra e o uso de computadores no Brasil está se tornando cada vez mais comum. Atualmente, mesmo com as dificuldades financeiras e técnicas, em torno de 50% dos brasileiros já tem acesso à internet. E a tendência é que essa porcentagem cresça cada vez mais, aumentando o poder da web.

Esta foi a primeira vez em que as redes sociais foram utilizadas em larga escala durante as eleições, recebendo atenção especial, com normas, orientações e leis que regeram seu uso durante todo o período eleitoral (Resolução No. 23.370 do TSE, instrução 1162-41.2011.6.00.0000).

Veja também: Infográfico – Os números do Facebook, a rede com 1 bilhão de usuários.

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