Francisco, o papa da Igreja e das redes sociais

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Em menos de dois dias o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito como o novo papa, cargo atribuído como posição máxima da Igreja Católica. Mas muito antes de a fumaça branca anunciar que a instituição religiosa já tinha um novo líder, na internet o assunto dominava as redes sociais, fazendo do conclave um dos fenômenos midiáticos de 2013.

Da renúncia do agora papa emérito Bento XVI ao anúncio do novo papa, proliferaram infográficos, vídeos e materiais interativos com o intuito de explicar como funciona o conclave, quem eram os cardeais mais cotados para exercer o cargo, bancos de apostas, enfim, uma onda digital invadiu a Igreja e a colocou nos holofotes do universo on-line.

Na época em que Bento XVI havia sido eleito papa, em 2005, os grandes marcos da era atual das redes sociais, Twitter e Facebook, ainda nem tinham tanta força como possuem agora, assim como também não existiam Tumblr, Instagram ou Pinterest. No entanto, a escolha de Francisco, nome que Jorge Bergoglio usará como papa, fez que pela primeira vez a eleição de um sucessor da Igreja pudesse ser “experimentada” on-line. O canal do Vaticano no Youtube, por exemplo, realizou transmissão on-line do evento, reunindo mais de 1 milhão de pessoas assistindo ao vivo ao anúncio do novo papa.

Os pontos de vista, as reflexões, as mensagens de apoio e também a vida do novo papa já estavam circulando nas redes sociais, levadas por meio de tablets, computadores e smartphones minutos depois de as janelas do Vaticano se abrirem.

No Twitter, no dia em que iniciou-se o conclave, em 12 de março, havia mais de 430 mil menções envolvendo o termo “conclave”. Após o anúncio, a palavra apresentou crescimento, mas perdeu força para o termo “papa”, que cresceu exponencialmente ao longo da última semana, apresentando volume acima de 4 milhões de menções, segundo dados da plataforma Tospy.

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Enquanto isso, Bento XVI, que acompanhou todo o processo pela televisão, foi sendo esquecido no ambiente on-line ao longo do tempo. De acordo com os dados apresentados nas buscas do Google, o nome do papa emérito apresentou queda na última semana, ao passo que a palavra “conclave” cresceu significativamente.

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Após o anúncio de que Jorge Bergoglio, ou Papa Francisco, seria o novo líder da igreja, o perfil @Pontifex, utilizado por Bento XVI em seu papado, publicou o tweet “Habemus Papam Franciscum” e recebeu mais de 79 mil retweetes. Já o tweet realizado pelo perfil oficial do Vaticano comemorou a escolha em um estilo de linguagem pouco comum para os padrões da Igreja, adotando emoticons.

No Facebook o assunto também esteve entre os mais mencionados. Segundo dados da empresa, desde a manhã até as 16h15 da quarta-feira, 13, as menções ao termo “fumaça branca” saltaram 20.045%, enquanto as citações da palavra “papa” cresceram 10.400%. “Cardeal” teve sua citação elevada em 7.900%, enquanto o termo “católico” aumentou 3.600% e as menções com a palavra “Vaticano” cresceram 2.500%.

Mas nem a Igreja está livre dos perfis falsos. Assim que Jorge Bergoglio foi anunciado, uma conta fake foi criada e chamou atenção dos usuários da rede, que chegaram a acreditar na informação. No entanto, com mais de 140 mil seguidores, a conta foi suspensa pelo Twitter.

O interesse apresentado nas buscas e redes sociais ao novo papa traz uma reflexão sobre o papel que a internet tem na sociedade religiosa. Segundo o portal ZENIT, especializado na cobertura de notícias do papa, da Santa Sé e de eventos da Igreja, “as redes sociais estão possibilitando um modo novo de viver e experimentar a Igreja”.

Bento XVI, em seu papado, aproximou a Igreja das modernidades tecnológicas ao criar um perfil no Twitter para comunicação com os fiéis e também divulgar um aplicativo para Facebook no qual os internautas podem acompanhar mensagens e discursos do pontífice. Para Bento, o mundo digital “traduz-se numa forma de comunicação honesta e aberta, responsável e respeitadora do outro”.

No entanto, diante de tanta tecnologia, o modo que a instituição ainda utiliza para anunciar ao mundo que possui um novo papa é uma das mais antigas formas de comunicação: o sinal de fumaça.

Veja também: Repercussão da morte de Hugo Chávez e de Chorão nas redes sociais.

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